Com um
grito, tudo mudou. Por causa de um grito, a paisagem deixou de ser verde, o
vento mudou de direcção, a música parou e deixou de ser bonito estar aqui. O
branco deixou de ser branco e passou a ser negro, tudo aquilo que estava
iluminado, deixou de estar, tudo aquilo que estava feliz, ficou triste… tudo
isto, com um grito.
Se
tivéssemos tomado atenção, iríamos perceber que não tinha sido só culpa de um
grito, mas de todos os outros gritos dados, que se foram coleccionando ao longo
de anos, e depois de tantos anos, a coleção ficou exausta e explodiu.
Um grito faz-nos perceber que um só grito não
é suficiente para mudar tudo, mas foi com um grito que tudo mudou, como é
possível? Será um erro? Foi uma brincadeira? Não, foi um grito. Foi um grito
que fez com que todos se sentissem mal, foi um grito que fez com que tudo
mudasse, foi um grito.
Contar até
dez já não resolve nada, respirar fundo menos resolve e o grito foi uma
libertação momentânea de raiva, que foi mal calculada e que mudou tudo,
deixando-nos perdidos, sem saber de que cor é a paisagem, para que direção
sopra o vento, para onde foi a luz e a felicidade. Tudo isso foi num grito,
tudo o que sabíamos foi num grito, e esse grito foi num último suspiro.
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