«Não Sei»

Olha, eu não sei, não sei o que queres, não sei o que queres de mim. não sei se para ti sou mais uma ou aquela. Não sei se queres estar comigo, não sei se queres estar com outras pessoas, não sei o que pensas. Nunca sei, nunca te percebo, atenção eu não te quero perder (por falar nisso, será que te posso perder? será que posso ter saudades tuas? eu nunca te tive, nunca foste meu...), eu apenas te quero perceber, mas tu não me deixas e eu fico sem saber...
Perdi o alento de te abraçar porque deixei de saber se queres ou não estar ali, a abraçar-me, deixei de te entender, aliás, eu nunca te entendi, agora apenas me acostumei a não te entender, deixei de tentar, deixei de querer saber e tu, tu acho que nunca quiseste saber, mas agora ainda menos queres.
Quando te pedi um abraço, vieste ter comigo e, cordialmente, me abraçaste mas quando abraças outras pessoas, vais, quase a correr, para elas e dás-lhes um abraço, um daqueles abraços que gostava que me desses a mim. 
Não sei o que queres, não sei o que dizes, não sei o que fazes, não sei, apenas, não te sei.
Esta injustiça que acima descrevo, esta cruel injustiça de alguém que não te conhece, te conseguir amar tão profundamente, é incrivelmente assustadora. Acho que nunca tive tanto medo na minha vida, eu sei, pode até ser a única coisa que eu sei, mas eu sei que me vou arrepender de alguma vez ter sido eu à tua frente, de me ter despido da minha inocência perante ti.
Não sei o que sentirei no futuro, mas tu, tu vais-te sentir bem, indiferente perante a minha presença e eu, eu não sei...