Nestas ruas, outrora tão familiares,
sinto agora sombras, por todo o lado.
A luz tão brilhante de seus candeeiros perdeu-se, o nevoeiro tão natural quanto
as nuvens no céu, desapareceu, as estrelas tão brilhantes, desperdiçaram seu
brilho.
Agora tudo
está negro, como o Universo. Agora eu olho para trás e vejo quem perdi, agora
eu olho para trás e vejo o que de mim desapareceu. Sinto o frio nos meus ossos,
sinto a humidade no meu sangue. Eu era feliz aqui, era tudo o que tinha sonhado
ter mas perdi o alento do meu viver, e já não sei o que vou fazer, já não sei
para onde olhar.
Eu fui ao
largo onde andei pela primeira vez, de mão dada contigo, eu fui lá e já não
havia água. Não havia água, apenas a
memória dela. Fui ao café ali perto onde pela primeira vez, me beijaste,
não havia nada, nem ninguém. Saí, corri, o mundo tinha desaparecido. Não sabia
para onde ir, tinha apenas uma memória, eras tu e os nossos momentos, não havia
nada a fazer, queria ter-te a meu lado, mas tu tinhas desaparecido. E tu tinhas
deixado para trás tudo o que sonhámos juntos um dia fazer e eu não vou
esquecer, não, não vou esquecer que prometeste
que um dia me irias amar.
Sonhei
tantos anos, com este momento. Perdi tantas noites a ouvir o meu coração a
bater por ti. Olhei tantas vezes para o mar, lembrava-me dos teus lábios
perfeitos. Pedi tantas vezes que aparecesses lá, onde eu estava, e que me
abraçasses com teus braços. Sonhei tantas
vezes em voltar a estas ruas tão familiares.

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