O
primeiro exame foi uma porcaria, não era difícil, era confuso. Parecia que
tinha sido feito e revisto por uma inglês que estudou biologia ou geologia há
20 anos, não tinha nexo absolutamente nenhum, não fazia as perguntas certas,
não pegava naquilo que devíamos saber, eram perguntas imprecisas, mal
construídas e ambíguas. Assim que dei uma leitura rápida àquelas 14 ou 15
páginas, fiquei enraivecida, perdi completamente a noção daquilo que tinha
estudado, das horas que tinha passado a resolver exames de anos anteriores, dos
dias a ler sobre detalhes que me pareciam importantes e que nem sequer saíram
no exame, porque apenas 20% da matéria que saiu era de biologia! Que raiva!
Este
dia foi para esquecer. Estava extremamente irritada com tudo e todos, e com os
professores do GAVE para fazer alguma coisa. Então no dia seguinte, logo de
manhã, pus as mãos na massa, e retomei o estudo de Física e Química. Eu que
sempre amei esta disciplina, estava à beira de um colapso nervoso, já não podia
ver a tabela periódica à minha frente, as fórmulas da condutividade térmica
estavam a dar-me uma dor de cabeça daquelas, e a vontade também era pouca,
depois do desastre que tinha sido o 1º exame.
Passei
os quatro dias seguintes nesta situação, a estudar por força, e não por
vontade, a pegar na calculadora como se pesasse uma tonelada, e a procurar as
massas molares dos elementos, como se estivesse a dormir. Nem todo o café do
mundo me salvava.
Na
segunda-feira de manhã, dia 25, eram 7h e já estava acordada, só tinha que sair
de casa, às 8h25m, mas estava tão nervosa, que adormeci às 5h da manhã e
acordei às 7h, que estupidez… Este exame sim, este era acessível, embora
tivesse exercícios mais complicados, como todos devem ter, este fazia-se bem, e
na minha opinião, que ainda não fui ver os critérios, um pouco a medo, era possível
tirar pelo menos uma positiva, nem que fosse fraca (vamos lá ver como é que
isto me corre).
Depois
das duas horas regulamentares de exame, começaram a aparecer alunos a emergirem
das salas que nem cogumelos, falava-se das escolhas múltiplas, daquela pergunta
que não fazia sentido, mas no geral, sabia-se que o exame não tinha sido difícil.
O problema, esse veio depois, quando aqueles que estavam minimamente confiantes
nos resultados, forma falar com os professores, e começaram a ficar tristes…
A
ideia dos exames não devia ser dar aos estudantes uma grande dor de cabeça,
devia ser uma motivação para se esforçarem durante o ano e terem então uma
oportunidade para seguirem aquilo que querem. Quantas pessoas não estavam mais
do que preparadas e qualificadas para terem 18, 19 ou 20, fizeram exame e
ficaram com média de 15, 16 ou 17. Pode parecer que não, mas isto pode arruinar
a média de uma pessoa. Uma pessoa que queira entrar para medicina e não consiga
entrar por uma, duas ou três décimas, é uma injustiça. Isso sim, está mal! Os
exames, deviam mostrar aos alunos que tudo é possível, em vez de os
desmoralizarem e pressionarem, como fazem atualmente.
A
pressão que nos é embutida, é extremamente elevada. Os nervos ficam à flor da
pele, e no fim das contas, o resultado pode não ser o melhor.
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