Tempo

O tempo que passa, o tempo que fica, o tempo que se perde, o tempo que se ganha. Todo o tempo é convencionado para ser tempo.
O tempo parado parece que voa. O tempo passado parece estático. Um minuto pode parecer um dia inteiro, enquanto que uma hora pode voar mais rapidamente do que um segundo. À volta do tempo andam segundos, minutos, horas, semanas, meses, anos… mas porque é que o ano foi convencionado começar no meio do inverno, em vez de começar no início de uma estação? Porque é que o ano tem 12 meses de 30 (ou 31) dias? Porque é que o dia começa à meia-noite e não quando o sol nasce? Porquê?  
O tempo é algo tao fútil, tao superficial. Viveríamos igualmente bem, se não soubéssemos o dia do mês do ano em que estamos, viveríamos igualmente bem sem saber que estamos no segundo tal, do minuto tal da hora tal, desse mesmo dia, apenas nos foi embutido pela sociedade atual que precisamos de saber tais pormenores.
 Um minuto pode parecer três ou quatro horas, pode parecer que nunca mais acaba, mas uma hora pode parecer um segundo. Porquê? Porque é que o tempo não passa todo à mesma velocidade? Se tudo está cronometrado ao segundo, literalmente, por que razão passa o tempo mais devagar numas situações e mais rápido noutras? Será que se o tempo não fosse convencionado para ser tempo passaríamos mais tempo com situações que hoje são temporizadas pela sociedade?
O tempo foi convencionado para ser tempo. Este tempo convencionado, é fútil, é enganador, é conservador. O tempo de cada um de nós, esse tempo, é muito mais libertador... mas esse tempo é apenas mais uma bomba à espera de rebentar, e a única coisa que podemos fazer é esperar que não nos rebente nas mãos.