Como eu te amo...

... nem acredito que o sol brilha para mim, quando devia brilhar para ti. Nem acredito que a lua ainda está em mim, quando devia estar em ti. Nem acredito que tudo mudou enquanto eu estive longe. Nem acredito que o tempo perdeu tudo aquilo que foi, a chuva deixou a marca da água nesta cidade brilhante e bonita. Nem acredito que o Tejo ainda banha Lisboa, nem acredito que esta cidade vive de noite, de dia à luz do sol e da lua.

Lisboa mudaste enquanto fui ali à esquina. O teu Bairro Alto estremeceu, a tua Madragoa adormeceu e o Mundo caiu a teus pés. Lisboa meu amor, meu encanto de cidade, minha luz, minha flor, minha beldade, nem sei mais que dizer, és Tejo, és beleza, és sol, és tristeza, és fado e incerteza.

Lisboa, minha flor, apareceste na minha insípida vida com todo o teu esplendor.

Lisboa, acordaste a minha existência, deste sono infernal em que vivia. Lisboa, chegaste e brilhaste com o teu Terreiro à beira Tejo, a tua Augusta de artista, a tua Liberdade de apaixonada.

Lisboa, tu com os teus teatros, com a tua cultura, com o teu Chiado deixaste-me encantada, desde o primeiro minuto em que te vi, os teus olhos brilhavam como duas estrelas no céu. Apaixonei-me por ti, como se fosses homem, como se fosses pessoa. És muito mais que isso, ó minha Lisboa.

És Lisboa, és a cidade mais encantada do Mundo, és luz mesmo na noite mais escura, és fado, mesmo sem guitarra a tocar. Lisboa, és muito mais que uma cidade, Lisboa és a nossa cidade. És tão nossa, minha Lisboa, como o Tejo é tão teu.

Como eu te amo, ó minha Lisboa...