Quando te
olhei pela primeira vez, mal te vi. Passaste por mim num milésimo de segundo da
minha vida. Tinha dado mais importância a uma flor que tinha visto no jardim do
que a ti. Eras apenas mais um. Mais um
naquela multidão de uns que por todos
os dias passava. Até que um dia, anos mais tarde, me apercebi que não eras só
mais um, que não eras apenas um vulto na minha vida. Um dia, anos mais tarde, a
tua sombra deixou de ser apenas mais uma sombra, o teu olhar deixou de ser
apenas mais um olhar e o teu sorriso deixou de ser apenas mais um sorriso.
Tinha-se já
passado muito tempo, desde o dia que pela primeira vez te olhei; tinham-se já
passados muitos uns e muitos vultos
por mim, que já nem me lembrava de ti, quando um dia, muitos anos depois,
voltaste a passar por mim, mas já não eras um vulto, já não eras mais um.
Tinha já
uma vida passado por nós quando percebi que estava tudo errado. Eu não devia
ter casado com quem casei, não devia ter tido os filhos que tive, não devia ter
vivido onde vivi. Eu devia ter casado contigo, ter tido os teus filhos e devia
ter vivido a teu lado.
Foste o
maior erro que não cometi, porque a partir do momento em que passaste por mim
uma segunda vez, não parei de pensar em ti, e espero que nunca tenhas parado de
pensar em mim. Foste o meu maior desejo, o meu único sonho e o meu último
pensamento, pois morri a pensar em ti.
No comments:
Post a Comment