Onde estamos nós? Para onde fomos? Perdemo-nos algures no
caminho, e nunca mais nos encontrámos.
Tenho na minha mão o golfinho que me deste, lembraste? Deste-mo
antes de nos perdermos. Lembro-me tão bem do dia em que mo deste. Estávamos em
Lisboa, a tua terra, a tua cidade, o teu grande amor. Pegaste na minha mão e
meteste-me dois fios na mão. Um para ti e outro para mim, pegaste no que era
para mim e disseste-me “não o ponhas, amanhã eu ponho-to” e no dia seguinte
puseste-me esse tal fio, esse tal fio com este tão bonito golfinho. Nesse dia,
encontrámo-nos, encontrámo-nos antes de nos perdermos, porque rapidamente nos
perdemos. Perdemo-nos e nunca mais nos encontrámos.
Sei bem que não te lembras de mim, ou se te lembras, não
sabes o que sou, quem sou, nem sequer queres saber, e acredita, eu entendo-te.
Sei que nunca me perdoaste e que nunca perdoarás, mas neste
momento fizeste-me falta, peço desculpa.
Peguei agora no golfinho que me deste, senti a tua falta,
senti o teu calor, senti os teus beijos, senti as tuas mãos nas minhas…
Arrumei agora o golfinho que me deste, espero não sentir a
tua falta.
No comments:
Post a Comment